Políticos aplaudem cassação de Arthur do Val na Alesp
A aprovação do parecer que pede a cassação do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi elogiada por políticos de diversos espectros políticos na terça-feira, 12. Já lideranças do Movimento Brasil Livre (MBL) partiram em defesa do parlamentar.
Os membros do conselho decidiram, por unanimidade, pedir a cassação de Arthur como punição por quebra de decoro parlamentar por causa dos áudios machistas em que o deputado depreciava a condição de refugiadas ucranianas. A perda do mandato ainda deve ser referendada por maioria simples no plenário da Alesp para ter efeito.
A ex-ministra Marina Silva (Rede) disse que a decisão "resgatou o respeito a todas mulheres, repudiando e punindo exemplarmente esses comportamentos inaceitáveis". A deputada federal Carla Zambelli (PL) compartilhou trecho da fala do deputado estadual Danilo Balas (PL) na Alesp, em que ele cita representações que pediram a cassação de Arthur do Val, incluindo uma assinada por ela. Também do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Coronel Tadeu ironizou a situação de Arthur. "Isso que dá 'lacrar'. Conselho de Ética aprova por unanimidade de 10 votos. 10x0.".
O deputado estadual Murilo Félix (Podemos) repudiou a atitude e a forma com que o deputado se referiu as mulheres ucranianas. “Dessa forma atingindo todas as mulheres, e os homens também, afinal, somos irmãos, filhos e pais, como é o meu caso. Pai de duas meninas. É além de inaceitável que uma pessoa pense assim, isso é agravado pelo fato de ser um detentor de mandato público. A repercussão, dada a tecnologia global, ultrapassou o limite das nações e nos fez refletir sobre nossos comportamentos. A Assembleia Legislativa de São Paulo está sendo convocada a tomar uma atitude diante do caso em nome da população paulista. Esse deputado entende que em nome dessa população deve agir e assim farei dentro do devido processo legal, em observância a todas as fontes do Direito, sendo assim votarei seguindo o parecer Conselho de Ética da Assembléia. Até porque este Conselho se debruçou observando sobre o assunto, observando o contraditório e usando do direito estabelecido na Constituição. É claro que é uma situação a qual a Assembleia legislativa não gostaria de ter chegado, mas é claro que nenhum deputado pode fugir dela. Portanto seguindo minha consciência, além da parte jurídica e análises técnicas, votarei em conformidade com o Parecer", disse.
O deputado federal petista Helder Salomão aproveitou a expressão normalmente atribuída a Bolsonaro e publicou a frase "grande dia" em sua conta pessoal. Seus colegas de bancada na Câmara, Alexandre Padilha e Zeca Dirceu, também pediram a cassação de Arthur. "Cassado pela comissão de ética da Alesp por promover o turismo sexual, por promover a misoginia, pelo seu machismo e seu mau-caratismo", escreveu Dirceu.
Glauber Braga, deputado federal pelo PSOL, atacou o MBL, do qual Arthur é uma das lideranças, e resgatou outras acusações enfrentadas por membros do grupo, como o possível processo de cassação que o vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) pode enfrentar na Câmara Municipal. "Arthur do Val e Gabriel Monteiro estão tentando escapar da cassação. Holiday deu no pé. Kataguiri tá escondido. O tal do MBL ainda existe?", disse.
Por outro lado, lideranças do MBL partiram em defesa do colega, justificando que Arthur estaria sendo perseguido por "não ter se corrompido". "Está pagando um preço muito caro por não ter traído promessas de campanha, não ter se corrompido, e por ter exposto toda a podridão da Alesp. No Brasil, a honestidade custa caro, e a pilantragem é recompensada", escreveu o vereador de São Paulo Rubinho Nunes.
A pré-candidata a deputada federal Adelaide Oliveira, também do MBL, disse que Arthur foi boicotado. "Nessa história, quem mais perdeu foi o povo paulista por terem BOICOTADO o principal deputado que lutava contra privilégio e mamata com o seu dinheiro. Quem ganhou? Os mesmos canalhas e usurpadores de sempre", disse. Com informações da Agência Estado.
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