GCM acusado de matar adolescente em 2013 vai à júri popular
Um agente da Guarda Civil Municipal, hoje com 57 anos, vai a júri popular no próximo dia 19, sob a acusação da morte do adolescente Felipe Campos Albino, ocorrida na frente da base da Guarda Civil Municipal do Jardim Aeroporto, na madrugada do dia 2 de março de 2013. O jovem, então com 17 anos, e seus amigos passavam na frente da base e, segundo o acusado, chutaram um cone. Como resposta, o agente disparou, o que seria um tiro de advertência para cima. Mas, como ele tinha um problema no braço, o tiro acertou o jovem, que morreu no local. Á época, a Prefeitura Municipal tinha realizado uma operação de ocupação no Residencial Odécio Degan. O policiamento foi reforçado na região e alguns boatos de ataques à base estavam circulando.
Para o Ministério Público, o guarda deve responder pelo homicídio do adolescente e fraude processual. Os promotores entendem que o agente assumiu o risco de matar o garoto ao disparar. A Justiça chegou a alegar que não havia motivos para o agente passar pelo júri, mas um recurso da família ao TJ mudou o rumo do julgamento.
FRAUDE
Quatro dias depois do crime, o guarda confessou que atirou contra o garoto. A confissão foi logo depois da descoberta de uma rasura em um livro utilizado para cadastrar as pessoas responsáveis pelo uso de armamentos durante expediente de trabalho.
Naquele mesmo dia, ele foi levado para a DIG para prestar esclarecimentos ao então delegado Fábio Rizzo de Toledo. Ele confessou ser o autor do disparo. “Foram entregues a arma, cápsula e o livro da corporação rasurado", informou Toledo. À imprensa, o então secretário de Segurança Pública, Maurício Miranda de Queiroz disse que procedimentos administrativos cumpridos desde o dia da morte de Felipe culminaram na descoberta da adulteração no livro dos agentes da base da GCM do Jardim Aeroporto, na Avenida Antônio de Luna. "Após constatarmos a rasura, solicitamos a presença dos agentes, com 9 e 23 anos respectivamente na corporação, a virem até a sede da secretaria. O GCM com maior tempo de serviço afirmou que foi quem trocou os revólveres após dar um tiro, com intenção, segundo ele, de ser para o alto", declarou.
Queiroz relembrou que o outro agente chegou a ser cogitado como o principal suspeito de atirar no dia do homicídio, mas, por causa de contradições nos depoimentos de testemunhas, acabou liberado do plantão policial pela delegada Nilce Segalla. "Esse GCM demonstrou tranquilidade ao dar explicações sobre suas ações naquele dia, assim como fez na delegacia. O colega dele, que confessou o disparo, também argumentou não ter realizado o tiro na data do homicídio, contudo, sua versão foi mudada", explicou o secretário.
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