Dono dos bezerros de Cunha é denunciado à PF
Na última quarta-feira (9), o deputado estadual Murilo Félix (Podemos) denunciou à Polícia Federal, à Receita Federal e à Secretaria Estadual da Fazenda suposto crime de estelionato e evasão de divisas envolvendo a MashiaAgropecuária, empresa onde trabalha T.A.F.J, proprietário do Sítio Roça Grande, em Cunha. No local, a Polícia Militar Ambiental encontrou 302 bovinos em situação de maus-tratos no último dia 2.
O parlamentar, que está há uma semana auxiliando no resgate dos animais e acompanhando os trabalhos da Polícia Civil, Escritório de Defesa Agropecuária e do Ministério Público (MP), realizou uma pesquisa nas redes sociais dos perfis das pessoas e empresas envolvidas e identificou anúncios com promessas de lucros de até 25% ao ano. "Ao prometer lucros acima dos praticados no mercado de investimentos, fica evidenciada a suspeita de crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal", afirma. O deputado ainda acrescenta que, ao contrário do que foi encontrado em Cunha, havia promessa da existência de 10 mil cabeças de gado.
Murilo também cita o artigo 288, que configura associação criminosa o envolvimento de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes e pede ainda investigação por possível ocultação de bens e valores que organização estaria praticando ao longo dos anos.
O CASO
Após receber denúncia anônima de maus-tratos, a Polícia Militar Ambientou foi sítio e confirmou o abandono de 302 bovinos, conforme noticiado Rede Vanguarda de Televisão e pelo portal G1-Vale do Paraíba e Região.
A médica veterinária do Escritório de Defesa Agropecuária de Guaratinguetá, que acompanhou a guarnição policial, identificou que logo na entrada do sítio havia "vários bezerros em local inapropriado, sem pasto, muita lama, com os cochos sem alimentação, com sinais visíveis de desnutrição, machucados com feridas causadas por moscas, não tratadas, e alguns muito debilitados, não conseguindo nem se levantar da lama para comer ou beber água, e dois animais já estavam mortos em meio à lama".
Apesar de o proprietário do imóvel T.A.F.J não estar no local, foi lavrada multa de R$ 906 mil e a autoridade policial designou a responsabilidade pelos animais a T.F. No entanto, centenas de animais permaneceram em situação de extrema penúria, desfalecidos pela fraqueza e inanição, sem qualquer amparo ou socorro por parte de seus responsáveis.
Com base nestas informações, o Ministério Público do Estado de São Paulo, que também havia aberto inquérito, solicitou apoio à Prefeitura de Cunha e ao Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad), que atuou, dentre outros casos, no atendimento/resgate das "Búfalas de Brotas", que assumiu repercussão nacional. Neste momento os animais estão em um espaço cedido pela Prefeitura de Cunha.
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