Busca por alimentação saudável cresce fora de casa
Quando se trata de alimentação fora do lar, o setor é muito amplo e já passou por diversas tendências nas últimas décadas: a onda das paletas mexicanas, churros, pipocas, hambúrgueres artesanais e tantas outras. Em 2022, no período pós-pandemia, os consumidores mostram maior preocupação em manter a alimentação saudável, com menos alimentos processados e mais ingredientes naturais.
Esse segmento vem crescendo entre os pequenos negócios, apresentando diversas oportunidades de investimentos. Entre os microempreendedores individuais, as atividades desse ramo que mais apresentaram aumento no primeiro semestre de 2021, se comparado com o mesmo período de 2020, estão a fabricação de produtos de padaria e confeitaria, com predominância de produção própria, com 50,8% de incremento. O setor de Restaurantes apresentou um crescimento de 28,44%, seguido de lanchonetes que cresceu 23,66% e produção de alimentos para consumo domiciliar, com 22,62%.
De acordo com a analista de competitividade do Sebrae, Mayra Viana, a pandemia ampliou a preocupação com a alimentação, dividindo o público em duas fases. “No primeiro momento, muitas pessoas se dedicaram a aprender a cozinhar, escolher os ingredientes e preparar seus alimentos. Depois, com o movimento de retomada, muitos tomaram gosto por uma alimentação mais equilibrada, com menos processados e mais alimentos frescos”, explica Mayra.
A analista acrescenta que essa tendência, de selecionar os alimentos que serão consumidos fora do lar, veio para ficar. “A preocupação com a saúde e bem-estar é algo permanente. Quando as pessoas fazem escolhas saudáveis e saborosas não têm por que deixar de consumir”, comenta.
Segundo Mayra, ter a opção de delivery exige muito mais preocupações do que só entregar o alimento. “Como você está entregando esse alimento? Está bem embalado? Verifique se a embalagem escolhida preserva a qualidade e temperatura dos alimentos, se é sustentável, se a quantidade de plástico é reduzida. Não deixe de prestar atenção também a todos os cuidados que fazem o delivery ser uma boa experiência, como prazos, comunicação com o consumidor e cuidados com o entregador”, destaca.
Oferecer opções de pratos vegetarianos é mais do que um diferencial. “Existe uma crescente demanda por alimentos livre de carnes e derivados. É interessante que, mesmo que não seja o foco do restaurante, exista no cardápio opções vegetarianas. Além disso, é importante que essas opções sejam testadas e aprovadas. Há muitas possibilidades criativas e saborosas de receitas livres de alimentos de origem animal. Pesquise e faça adaptações”, explica.
Outro movimento crescente é o da alimentação inclusiva para pessoas com restrições alimentares ou alergias. “Glúten, leite, milho, soja, etc, podem causar mal-estar em pessoas intolerantes. Invista em opções no cardápio sem esses ingredientes e ganhe força sinalizando isso no cardápio. Já há padarias totalmente especializadas em alimentos sem glúten e sem leite. O cliente com essas restrições ainda tem poucas opções e acaba sendo fidelizado quando as encontra”, disse a especialista.
Rever o custo-benefício do consumidor é outra dica importante. “Comer fora de casa está caro. O seu cliente procura comida de verdade, sabor, qualidade e preço justo. Por outro lado, a inflação fez com que os alimentos aumentassem, subindo o custo para os empreendedores. Então, é hora de rever alguns itens, reformular algumas receitas. Por exemplo, no lugar do filé mignon com salada, você pode servir um bom pedaço de sobrecoxa desossada, por um preço mais atrativo, mantendo a qualidade”, afirma.
Entre as novas experiências de consumo, o empreendedor deve ter em mente que seu alimento começa a ser consumido pelo celular, por meio das redes sociais. “Ali o cliente conhece, vê fotos, planeja a visita. A presença digital do restaurante passa pela humanização da produção, mostrando como é feita a escolha dos ingredientes, como são criados os pratos, como eles são empratados ou embalados”, disse.
No dia da visita, a experiência deve ser completa. “É importante ser acolhedor e oferecer itens de segurança sanitária. Decoração, ventilação, iluminação, comunicação fazem toda diferença. Equilibre o ambiente com segurança e conforto. Oriente os funcionários, mantenha álcool nas mesas e lembre: a pandemia ainda não acabou”, finaliza.
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