Brasil é o primeiro país da América Latina com internet 5G
Na maior licitação da história das telecomunicações no Brasil, o leilão do 5G, as operadoras Claro, Vivo e TIM arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz. A Winity II Telecom levou a frequência de 700 MHz, e como é uma empresa ainda não detentora de faixa de radiofrequência, o Brasil terá uma nova operadora móvel com abrangência nacional.
Com o leilão, segundo Faria, o país avança para "ter o primeiro 5G da América Latina". "Vamos mostrar para o mundo que o Brasil está na economia digital, cuidando da transformação digital. O Brasil é um player e irá virar um hub de inovação, para que possa receber empresas de inovação e tecnologia", destacou o ministro.
Foram recebidas 15 propostas de empresas e consórcios interessados em explorar a tecnologia no país. Ontem foi iniciada a análise das propostas, lote por lote. A expectativa é de que a licitação do 5G movimente R$ 169 bilhões nos próximos 20 anos, segundo estimativas da Agência. Mas o impacto da virada tecnológica se distribuirá por todos os setores produtivos. "Nos próximos 15 anos, estamos falando de 1,2 trilhão de dólares movimentando todos os setores da economia", estima o ministro.
Os vencedores terão que investir em instalação de redes 4G em todos os municípios com mais de 600 habitantes e na cobertura de 48 mil quilômetros de estradas com internet de alta velocidade. Para a frequência de 3,5 GHz, o leilão prevê obrigações específicas para as vencedoras, em especial a expansão da rede de cabos de fibra ótica nos leitos dos rios da região Norte e a estruturação da rede privativa de comunicação 5G para a administração pública federal, com protocolos de segurança mais robustos e criptografia.
QUANDO VAI CHEGAR
O edital do leilão 5G definiu que a tecnologia deve estar disponível em todas as capitais brasileiras até o dia 31 de julho de 2022. O cronograma segue com as cidades com mais de 500 mil habitantes (até julho de 2025); mais de 200 mil habitantes (até julho de 2026); mais de 100 mil habitantes (até julho de 2027), e nas cidades com mais de 30 mil habitantes (até julho de 2028).
TECNOLOGIA 5G
O 5G é o mais recente padrão tecnológico para serviços móveis e a Anatel trabalha para promover sua implementação no País de forma segura e sustentável. Devido às suas características, que incluem altas taxas de transmissão de dados e baixa latência, a tecnologia oferece ampla gama de possibilidades, ainda a serem exploradas.
No decorrer de sua implantação, deverão ser desenvolvidas aplicações inovadoras que aproveitem o potencial tecnológico do 5G para introduzir serviços que ampliem a eficiência dos mais diversos setores da economia e beneficiem a sociedade.
Diferentemente das mudanças nas gerações passadas (2G, 3G e 4G), o foco desta tecnologia não está somente no incremento de taxas de transmissão, mas também na especificação de serviços que permitam o atendimento a diferentes aplicações.
O 5G vai concretizar conceitos como os de Internet das Coisas (IoT) e aprendizagem de máquina em tempo real, promovendo uma verdadeira transformação na forma como as pessoas e organizações se relacionam.
Entre os avanços esperados para o 5G estão:
- Aumento das taxas de transmissão - maior velocidade
- Baixa latência - tempo mínimo entre o estímulo e a resposta da rede de telecom
- Maior densidade de conexões - quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área
- Maior eficiência espectral - quantidade de dados transmitidos por faixa de espectro eletromagnético
- Maior eficiência energética dos equipamentos - economia e sustentabilidade
A tecnologia 5G é flexível e se adapta de acordo com a aplicação utilizada. Uma das funcionalidades previstas para a quinta geração é o network slicing ou “fatiamento da rede” – no qual as características da rede poderão ser adaptadas de acordo com a necessidade. Por exemplo: vídeos de alta resolução (como 4K) podem demandar larguras de banda extremamente altas, enquanto aplicações como carros autônomos ou cirurgias assistidas demandarão latências extremamente baixas.
A tecnologia 5G promete massificar e diversificar a Internet das Coisas (IoT) em setores como segurança pública, telemedicina, educação a distância, cidades inteligentes, automação industrial e agrícola – entre tantos outros.
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