Alicc auxilia na qualidade de vida e autoestima de pacientes com câncer
O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. Criado no início da década de 1990, pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, a data é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença, além de proporcionar mais acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. Conforme o Instituto Nacional de Câncer, é essencial que sejam disseminadas informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama.
Em Limeira, a população conta com a Alicc – Associação Limeirense de Cuidado e Carinho -, uma instituição sem fins lucrativos, que tem como objetivo principal a prevenção do câncer e assistência às pacientes portadoras dessa doença e suas famílias, em especial as com menor poder aquisitivo, oferecendo orientação e acompanhamento às necessidades. Para auxiliar na recuperação da autoestima das atendidas, a instituição conta com o setor Estética Autoestima. “É importante frisar a diferença que esse atendimento tem na vida das mulheres que nos procuram. Pois, além de estar enfrentando o tratamento, a autoestima é um quesito muito importante em suas vidas, e que, desde a descoberta do diagnóstico, fica muito abalado. Por meio deste setor, podemos contribuir com a doação de sutiãs, próteses, perucas ou Lenços, para que elas possam se ver como antes. Para nós é extremamente gratificante fazer disso”, explica a responsável pelo setor, Caroline Defante Barbosa.
Já a presidente da Alicc, Fernanda Nolasco Lopes Varga, ressalta que, mesmo com o passar dos anos, o foco continua voltado à desmistificação do câncer, informando sobre as condutas de prevenção em escolas e na comunidade. “Após mais de duas décadas, desde sua fundação, a Alicc afirma que não devemos culpar a rosa por ter espinhos, mas sim, agradecê-los por protegê-la no dia-a-dia, colhendo as vitórias brotadas da esperança e da informação”, afirma.
Em entrevista ao Fato & Versão, Fernanda relata um pouco mais sobre as ações da instituição.
Há quanto tempo a Alicc atua em Limeira?
Como instituição estabelecida formalmente, a ALICC atua em Limeira há 25 anos. Porém as fundadoras, Emilia Menconi Varga e
Marilene da Cunha Bagnato, já atuavam há mais de 50 anos ajudando as pessoas da cidade, através da Fundação Antônio Prudente de São Paulo.
Como avalia o crescimento da entidade, que é referência para atendimento de pacientes com câncer?
A entidade tem acompanhado o crescimento da cidade e o aumento da demanda pelos seus serviços, felizmente dando conta desse aumento.
Como a entidade mantém as atividades?
A Alicc mantém suas atividades graças às doações feitas pelas pessoas (físicas e jurídicas) da cidade de Limeira, cuja comunidade é muito solidária e nos ajuda muito.
Quais projetos a Alicc desenvolve?
Entre tantos outros, é muito importante destacar os 2 principais:
- Prevenção do câncer, divulgando, difundindo e replicando todos os conceitos e ensinamentos com os quais a população pode se prevenir e fazer diagnóstico precoce da doença;
- Assistência aos portadores de câncer menos favorecidos (atendidos pelo SUS), com acolhimento, orientação e atendimento necessários.
Quantos pacientes estão em atendimento hoje e como funciona?
Atualmente, 507 pessoas são assistidas com atividades individuais, atividades em grupo, doação de produtos necessários para o cuidado dessas pessoas, bem como com atividades para melhorar a qualidade de vida e elevar a autoestima dessas pessoas (yoga, ginástica, aulas de artesanato e de culinária entre outras).
Na pandemia, a Alicc continuou com os atendimentos? Como passaram por este período?
Em março de 2020 a ALICC precisou se reinventar para continuar atendendo. As atividades presenciais foram suspensas e passaram a ser realizadas por meio das diversas formas via web. Agora, recentemente, com o desenvolvimento da vacinação, as atividades presenciais estão sendo retomadas aos poucos, com cautela e todos os cuidados especiais para evitar risco de contágio.
Perceberam redução na procura por atendimento na pandemia?
Na pandemia percebemos uma redução na procura por atendimento. Infelizmente, as pessoas deixaram um pouco de lado os cuidados pessoais de prevenção e diagnóstico precoce.
Ao receber o diagnóstico, além de todas preocupações, inevitavelmente, as mulheres pensam na perda dos cabelos que costuma acompanhar a quimioterapia. Qual papel da instituição quanto a essa inquietação das pacientes?
Ao enfrentar esse processo, é natural que a mulher se sinta desanimada, mas o tratamento não precisa interferir no prazer de se arrumar e se sentir bonita. É possível tratar o câncer e continuar se preocupando com a aparência. A boa notícia é que, quando se faz um tratamento de quimioterapia oral, o risco de queda de cabelos, cílios e sobrancelhas é muito pequeno, entretanto, quando isso ocorre, é possível lidar com o problema de forma que cause o menor incômodo possível e sem perder a vaidade. É aí que entra o apoio do nosso setor chamado Estética – Autoestima, que cuida da doação de lenços, turbantes, chapéus e perucas. Uma peruca pode ser um passo importante para o resgate da autoestima e consequentemente da força para lutar contra a doença.
Como funciona o fornecimento de perucas?
Muitas mulheres que gostariam de utilizar perucas durante o tratamento não têm acesso ao acessório, por causa de seu alto custo. Então, nós recebemos a doação das mechas de cabelos e mandamos para uma pessoa, de outra cidade, que confecciona as perucas. Quando elas chegam prontas, fazemos a doação para as pacientes, que agendam um horário para serem atendidas com todo conforto e segurança, escolhem o modelo que gostam e, geralmente, levam ao seu cabeleireiro para cortar ou fazer os ajustes. Após o uso, algumas optam por devolver à Alicc e outras preferem doá-las para novas pacientes.
Quais são as dicas para quem deseja doar cabelos?
A cada dia, as pessoas têm se mostrado mais interessadas em doar as madeixas cortadas a fim de ajudar pacientes oncológicos.
A mechas devem ter no mínimo de 10 a 15 cm. Antes do corte, se for possível, sugere-se que o cabelo seja separado em mechas e preso com um elástico para prender as madeixas de tamanhos diferentes, como franjas e repicados. Cortes únicos de cabelo, amarrados em rabo de cavalo, funcionam melhor para doadoras com o cabelo reto e comprido. É importante que cada mechinha esteja presa por um elástico identificando o lado da raiz, quando enviada para as instituições. Assim a peruca é confeccionada com a direção correta do fio, o que garante maior durabilidade ao acessório. As mechas devem estar secas, para evitar que o cabelo seja atingido por mofo. Em geral, não importa se o cabelo é mechado ou tingido, a peruca pode ser retingida após a confecção.
Para salões de beleza que queiram auxiliar com a angariação de cabelos, é interessante separar as mechas arrecadadas por doadora e verificar se ela gostaria que sua atitude fosse divulgada pela instituição que receberá as doações.
Neste Outubro Rosa, qual a mensagem que deixa para as mulheres?
A principal mensagem é para que as mulheres se cuidem, façam o autoexame, a mamografia e todas as outras formas disponíveis para prevenção e diagnóstico precoce. Façam isso durante todo o ano, não somente em outubro.
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login