Foto de capa da notícia

O modismo dos injetáveis para emagrecer: milagres não existem

Queridos leitores, nos últimos anos os medicamentos injetáveis para emagrecimento ganharam espaço no noticiário, nas redes sociais e sobretudo no imaginário das pessoas. Promessas de perda de peso rápida e significativa transformaram essas substâncias em objeto de desejo. Não vamos demonizá-las. Pelo contrário. Mas é preciso cautela: não se tratam de poções mágicas. Todo medicamento carrega riscos, exige acompanhamento médico rigoroso e, principalmente, precisa estar aliado às mudanças reais de estilo de vida. 


A primeira geração liraglutida (Saxenda) foi um dos primeiros injetáveis a ganhar notoriedade. Criada inicialmente para o tratamento do diabetes, mostrou impacto na redução de peso ao atuar no controle do apetite e da saciedade. Contudo, além de efeitos colaterais como náuseas e vômitos, é um medicamento que requer uso contínuo e acompanhamento próximo.


A segunda geração semaglutida (Ozempic), considerada a evolução da liraglutida, também surgiu no contexto do diabetes e rapidamente se popularizou entre quem busca emagrecimento. Seu efeito é mais potente e duradouro, mas os riscos permanecem: distúrbios gastrointestinais, alterações no metabolismo e a possibilidade de recuperação rápida do peso quando o tratamento é interrompido. 


A nova geração tirzepatida (Mounjaro) é considerada a “nova estrela” dos injetáveis para emagrecer. Embora apresente resultados expressivos, é cedo para falar em segurança absoluta. Como todo medicamento novo, os efeitos a longo prazo ainda não são totalmente conhecidos. E um deles preocupa bastante: a sarcopenia, ou seja, a perda de massa muscular. Essa consequência pode parecer distante, mas não é. O emagrecimento saudável não significa apenas perder gordura. Manter músculos preservados é essencial para o metabolismo, para a mobilidade e até para a proteção contra quedas em idosos. Um tratamento que reduz peso à custa de massa muscular pode cobrar um preço alto no futuro.


Portanto, é preciso reforçar: nenhum desses medicamentos é milagroso. Eles podem ser ferramentas úteis em casos específicos, mas não substituem hábitos fundamentais como uma boa alimentação, prática de exercícios físicos regulares e acompanhamento multidisciplinar - médico, nutricional e muitas vezes psicológico.


“Doutor, como eu faço a escolha pelo melhor tratamento?”


Sempre com prescrição médica: não use sem acompanhamento especializado.


Atenção a efeitos colaterais: náuseas, vômitos, constipação e alterações no metabolismo podem ocorrer.


Monitore a massa muscular: perda rápida de peso pode reduzir músculos e levar à sarcopenia.


Avalie seu histórico de saúde: doenças do coração, fígado, rins e pancreatite podem contraindicar o uso.


Mantenha hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, hidratação e exercícios físicos continuam sendo essenciais.


Não suspenda ou altere a dose sozinho: mudanças sem orientação podem causar recuperação rápida do peso ou efeitos adversos.



Acompanhe periodicamente com profissionais: médicos, nutricionistas e educadores físicos ajudam a minimizar riscos e potencializar resultados.


"Não existe injeção milagrosa: emagrecer é um projeto de vida, não de moda" Tenham todos uma boa semana.

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login