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Visitas aos Idosos Doentes

Queridos leitores, cuidar de um idoso doente é um ato de amor e dedicação, mas é também um desafio que exige sensibilidade. Entre tantas questões que surgem nesse processo, o momento das visitas é uma das mais delicadas. 

Embora a presença de familiares e amigos seja extremamente valiosa, ela precisa acontecer de forma organizada e respeitosa. Quando as visitas são excessivas, longas ou mal programadas, podem se tornar um peso para o paciente e para quem cuida, comprometendo o descanso e até a saúde de ambos. 

Recentemente, durante uma conversa com a filha de uma paciente que acompanho, recebi uma sugestão que considero muito importante compartilhar.

Ela é cuidadora dedicada de sua mãe e sugeriu que fizesse um artigo sobre o tema. 

Ela disse que adora quando seus familiares, vizinhos e amigos vêm visitar a sua mãe, mas às vezes é demais… 

“No dia a dia, quando mais preciso, não tenho ajuda. E nas horas em que ela mais precisa descansar, a casa está cheia e ela fica cansada”. 

Essa fala traduz um sentimento comum a muitas famílias que cuidam de idosos doentes: o cansaço. Não apenas o cansaço físico de quem cuida, mas também a exaustão que o próprio idoso sente quando as visitas não são organizadas com moderação.

Visitas são essenciais. Elas fortalecem vínculos, trazem alegria e ajudam a manter a autoestima do paciente. Mas quando se trata de um idoso fragilizado, especialmente com saúde debilitada, é preciso compreender que excesso também pode ser prejudicial.

O fluxo intenso de pessoas, principalmente em horários inadequados, pode gerar fadiga e perda da disposição para as atividades diárias. Outra condição é a agitação e a confusão mental, em especial em idosos com doenças neurodegenerativas. 

Precisamos relevar os riscos de infecções, pois a imunidade é naturalmente mais baixa. 

Por esse e outros motivos, é preciso evitar a sobrecarga para o cuidador, que precisa reorganizar a rotina para receber visitantes.

O cuidado verdadeiro exige sensibilidade para equilibrar afeto e descanso. Por isso, algumas orientações ajudam a transformar a visita em algo realmente benéfico e relevantes. 

Planejar horários junto à família, evitando períodos de repouso ou cuidados médicos.


Evitar aglomerações, permitindo apenas poucas pessoas por vez. 


Manter conversas tranquilas e positivas.


Limitar o tempo. Muitas vezes vinte minutos de atenção plena valem mais do que horas de agitação ou conversa. A propósito, até as ligações telefônicas devem ser limitadas. 


Respeitar as orientações médicas sobre contato físico e prevenção de infecções, pois às vezes é preciso reforçar com muito jeito que o médico recomendou limitar as vezes o número de visitas. 


O carinho e a presença são fundamentais, mas visitar também é um ato de responsabilidade. É estar junto de forma consciente, ajudando a preservar a energia e o bem-estar do idoso e da família.

A fala dessa filha me lembrou que não basta amar. É preciso amar com cuidado e às vezes, cuidar significa saber a hora de chegar e também a hora de sair. Por fim, é essencial lembrar: o cuidador familiar também precisa cuidar de si.

Ele é o alicerce do idoso e, se estiver sobrecarregado, física ou emocionalmente, sua própria saúde pode ser comprometida. Isso não só afeta o bem-estar do cuidador, mas também a qualidade do cuidado oferecido. 

Apoiar o cuidador, dividir tarefas e respeitar seus momentos de descanso são atitudes que beneficiam toda a família e, principalmente, o paciente. Tenham todos uma boa semana.

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